sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O SILÊNCIO DA CRUZ

         “... Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. “Mt.  19:30 b
           O texto acima transporta-nos a um momento de extraordinária mudança para a humanidade, e em especial para os discípulos de Jesus, o Cristo de Deus, que somente no instante do ecoar dessa expressão tiveram a certeza de que nenhuma mudança seria perpetrada pelo Pai, nem pelo Filho que acabara de inclinar a cabeça, ao pronunciar a sua ultima frase para aquele momento. O consumatum est, parecia o fim. Era entretanto, um sermão de uma  única frase. Uma despedida em duas palavras. Eram dois verbos exprimindo a mais importante de todas as ações de Deus, em favor da humanidade inteira. Era um aviso que dizia: A obra do Pai está completa. Certamente nem todos os presentes àquele ato compreenderam ou mesmo aceitaram o fato, e se dependesse deles, provavelmente aquilo não teria acontecido, mas era o querer do Altíssimo... E, agora a cruz parecia silenciar para sempre.
          Silenciando a cruz, o que seria de nós? O mestre com os seus ensinos maravilhosos se fora, O líder de propostas eternas, tão fascinantes quanto estarrecedoras, para o mundo, despedira-se em definitivo, o plantador do novo reino, de paz e de esperanças, deixara solitários os seus súditos. A voz da cruz parecia silenciar. Salvo-me do desespero quando leio Mateus 27, que narra o episódio salvívico permitindo que entendamos que ainda que a cruz  tivesse se calado, os céus continuavam dizendo – Jesus voltará, pois , o rasgar do véu do santuário, as profundas trevas que cobriram toda a terra, o tremor da terra,  o fender das pedras, o abrir dos sepulcros, de onde ressurgiram os santos, simplesmente confirmavam que a vontade do Pai havia sido cumprida. E Ele não permaneceria sob o túmulo para sempre. E a cruz ali decretava o silêncio da sua ignomínia, da crueldade infame que até àquele instante imprimia sobre a humanidade, para depois, levantado Cristo do túmulo, ressurgido de entre os mortos, essa cruz voltaria trazendo a memorável mensagem de esperança e fé, não mais como “emblema de vergonha e dor” mas, como objeto de valor inestimável que uma vez conduzida pelo fiel perseverante, proporcionará o mais importante de todos os negócios feitos na terra dos viventes – o trocar a cruz por uma coroa. (“Pois, um dia, em lugar de uma cruz, a coroa Jesus me dará”) Conduzamos, pois, a nossa cruz, não permitamos que as aflições, as tribulações, ou quaisquer investidas do inimigo a silenciem. Deixemos que a cruz fale mais alto, não apenas por palavras, mas através da nossa vida. Deus Seja Louvado!
Rev. José Salvador Pereira

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