quarta-feira, 29 de junho de 2011

SEM MEDO DA SOLIDÃO


 Numa tarde muito fria, estava sendo anunciado o maior frio dos últimos cem anos em São Paulo, na noite anterior chegara a 4 graus, caminhava pelo centro, ali pelos imediações da praça da Republica e adjacências. Observei que as multidões movimentavam-se, indo e voltando, parando, comprando, falando, gritando, vendendo, entrando e saindo das lojas, e muitos cameloteando... Eram tantas pessoas que ainda se divididas seriam multidões.
         Repentinamente, envolveu-me um medo tão forte quanto indescritível... Senti-me só... Em minha volta milhares de pessoas, mas eu estava sozinho. Os pensamentos me envolviam com questionamentos os mais cruéis: E se acontecer alguma coisa comigo aqui, ninguém me conhece, e se, e se, e se... Ali estava eu, e quando deveria me considerar o homem mais acompanhado do mundo, sentia-me simplesmente perdido, estava hospedado no Maksud Plaza, bem próximo do local em que me encontrava, mas o medo maculou a minha memória e empanou-me o tino, e aparentemente havia perdido o sentido de direção... E por alguns instantes eu não sabia de fato, o que fazer.
Já aconteceu algo semelhante em sua vida, de sentir-se
sozinho ainda que em meio a muitas pessoa?
          Já aconteceu algo semelhante em sua vida, de sentir-se sozinho ainda que em meio a muitas pessoas?
           Eu havia pregado no domingo anterior, uma mensagem com base em Mq. Cap. 7: l a 8, com o titulo: QUANDO NADA PARECE DAR CERTO .  Eu havia dito – a)As circunstâncias em que nos envolvemos, não impedem A Visão de Deus sobre Nós; b)Por mais densa que for a multidão, Deus nos vê no meio dela;  c) Por mais ensurdecedor que seja o barulho do mundo, o  nosso Deus nos ouvirá.
           De pronto, encostei-me numa parede, orei ao Senhor, e ali, mesmo entre milhares de outras vozes e do barulho intenso da cidade grande, Ele me ouviu e  me acudiu. “O Deus da minha salvação e me ouviu” Mq.7:7. O Senhor tirou de mim o medo, limpou a minha mente, recobrou a minha confiança... Tudo voltou ao normal. Tirei desse momento, uma grande lição: apesar das nossas fragilidades, o nosso Deus continuará forte, maravilhosamente cuidadoso e nunca nos deixará sozinhos. E, não podemos esquecer o que disse o nosso Senhor Jesus – “Eis que estou convosco todos os dias”...

terça-feira, 21 de junho de 2011

UMA LUZ BRILHOU NA ACAUÃ



"O povo que andava em trevas, viu grande luz, e aos que viviam 
na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz" Is. 9.2
Prata - Cariri Paraibano

As luzes dos anos trinta começavam a dar sinal de adeus, e os anos quarenta vibravam os tambores de sua entrada triunfal, trazendo esperanças de melhores tempos para o povo do Carirí paraibano. E, apesar das profundas carências e lastimáveis descuidos dos poderes públicos, à época, com a região, o seu povo estava acostumado a tirar do nada, o seu sustento e da seca, fazer jorrar fontes para matar a sua sede de paz, amor e de esperanças.
No distrito de Prata, então município de Monteiro, havia um sitio chamado Acauã. Em sua volta famílias variadas, juntavam-se por interesses os mais diversos, inclusive pelos caminhos matrimoniais. Assim, os Dantas, Os Gonçalves, os Nunes, os Conservas, os Salvador, os Prata, os Aleixo, e os Vieiras além de outros. Possuidores de grandes e pequenas propriedades, ali viviam e sobreviviam em torno de roçados de milho, feijão, arroz (menos) e da nossa principal riqueza local, o algodão.
Ainda criança, lembro-me do primeiro caminhão, cabine de madeira, adquirido por Pedro Salvador, tio do meu pai, e pai de uma grande família, na qual se inclui Jessé Salvador de Lima.
Foi aí nos finais dos anos trinta e inicio dos quarenta, que um homem chamado Hilário, parente dos meus bisavós, chegou à Acauã com umas idéias diferentes, e uma conversa que ainda que desse medo, parecia ligar um interruptor da única luz possível na vastidão da dúvida e da escuridão espiritual. Ele anunciava a Jesus Cristo, como solução única para a salvação da alma... Chocou, mas aconteceu...De repente, neste dito local, foi construída a primeira igreja evangélica de que se tem notícia no distrito da Prata...
A nossa família, os Salvador, a essa altura já unidos aos Conservas, (por obra e graça do Casamento de Tertulina ( minha avó), com Seu Lulu), morávamos a exatos cinqüenta metros da igrejinha.

UMA LEMBRANÇA FELIZ


Igreja Pentecostal  na Prata-PB
Um dia, aos quatro anos de idade, no tempo em que todos os meninos da minha época, especialmente nos sítios andavam nus, brincando pela frente daquela igrejinha, resolvi entrar (foi a minha primeira vez). Era domingo pela manhã, um pastor, que posteriormente descobri chamar-se Zacarias Vieira, estava pregando, e o que ouvi chocou a minha alma de  criança e mudaria para sempre a vida daquele menino desnudo, e que ainda não sabia diferenciar o propósito do céu ou os descaminhos do inferno. O irmão Zacarias dizia assim: “Quem crer será salvo e quem não crer será condenado... ou seja quem não receber Jesus como o seu salvador, será condenado e vai para o inferno”.  Senti imediatamente que inferno era coisa ruim e eu não queria ir morar lá.
Não foi o tom de voz do irmão Zacarias, ele não me fazia medo. Foi o doce tom de voz do Espírito Santo, a me convencer da verdade que mudou a minha vida. No domingo seguinte eu já estava lá, agora vestido, aprendendo as primeiras letras das sagradas escrituras... ”Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para os meus caminhos” Sl 119: 115.

A luz que aqui brilhava, haveria de expandir-se, pois, os que daqui saíram não esconderam as suas candeias, mas anunciaram Brasil a fora, as verdades do evangelho. Muitos pastores nasceram nesta terra (Acauã) ou dela descendem, a exemplo de Zacarias Vieira, Cesário de Paula, Josias Conserva, Misael Conserva, Cesário Jr., meu pai Zacarias Salvador, que plantou diversas igrejas no sertão da Paraíba, que me serviu de mestre, e exemplo de vida na divulgação do nome de Jesus, Brasil a fora, bem como, muitos outros (as) missionários (as), saídos das terras férteis de amor e fé, chamada Acauã.

HISTÓRIA DE UM MILAGRE

O Tio Pedro Salvador , um homem próspero, e partícipe das lideranças dominantes da região, era fazendeiro, dono do único Engenho de cana-de-açúcar, e proprietário dos primeiros veículos do lugar, sendo, portanto, um nome de destaque público. Ele era possuidor de uma qualidade marcante para a sua época – ele era profundamente religioso, confessava a fé de um verdadeiro Católico Apostólico Romano. Chegou a construir entre a sua residência, (na vila, do outro lado do rio) e um serrote ali existente, “estações”, com uma grande cruz em cada ponto, até o elevado, onde após as procissões, eram feitas rezas e as celebrações marcantes da sua fé.
Pedro Salvador, era casado com Antonia Gomes de Lima, de quem nasceram os filhos, Maria José( Mocinha), Nazaré, Luzinete, Marlene, Graciane, Jessé, Jenessé, Jessiel, e Salim.

UMA VIDA EM  DESTAQUE

Entre todas essas pessoas, chama à atenção, a vida de um dos filhos do Tio Pedro Salvador – Jessé Salvador de Lima (Deda). Este sempre dedicado ao trabalho, respeitado empresário nos ramos de transportes de passageiro, da construção de estradas e barragens, em toda a região, fazendeiro, criador, chegando a adquirir grande parte das terras das redondezas da Prata. Homem a quem Deus, por sua vontade soberana (é assim que eu creio) o fez prosperar em bens materiais, bem como, formando uma família rica também em respeito e dignidade publica. Casou-se com a Dona Lila – Josefa Lila Sousa de Lima, de que lhes nasceram os filhos – Jeane, Jane, Jean, Joane, Janean, Jessé Jr., João Pedro, Jone e Pricila.
Trazia, entretanto, uma marca que o diferenciava tanto dos protestantes que haviam chegado ao lugar no final dos anos trinta, através da Igreja de Cristo Pentecostal no Brasil, quanto da Igreja Católica Romana, à qual pertenciam os seus pais... Ele era ateu!... Estranho não? Mas, era isso mesmo!
Entre os fatos que registram a sua vida, está a aquisição de quase todas as terras em sua volta (nada contra ao fato), incluindo aquela porção onde fora edificada décadas antes, a igreja a que já fiz referência. As terras eram suas por direito, eram legais, mas sem poder imaginar o que passava pela sua alma ateia, imagino hoje, vendo-o mandar passar o trator sobre aquele templo evangélico...
Muitos são os testemunhos da sua vida e da clara rejeição de Deus. Basta saber como respondia aos próprios filhos quando a ele se dirigiam pedindo-lhe que os abençoassem... Bênção pai? E ele respondia: soi... Sequer pronunciava o nome de Deus.
No final do ano passado, inicio de dezembro de 2010, fizemos-lhes, Vera e eu, uma visita a família, a quem amamos e por quem nutrimos profundo respeito. Nunca nos afastamos dele pela sua forma de pensar e agir. Os filhos, convertidos ao evangelho, sempre mantiveram a sua fé, sem nunca desrespeitarem o seu genitor, mantido como líder e honrado como pai. Ainda que tenha visto a transformação dos filhos, para ele a Bíblia era coisa de homens... Céu e inferno? Isso é conversa, dizia ele... Chegou a ler muito a Bíblia, era uma forma de aprender nela, para contraditá-la.
Na nossa visita oferecemos-lhe uma Bíblia comemorativa da Igreja Presbiteriana Renascer da qual eu era pastor, em Campina Grande-Pb, quando ele fez um ar de riso e disse: isso é um livro como qualquer outro, é coisa de homens... Respondi-lhe com leveza de espírito, e respeitosamente como sempre o fiz – O próprio Deus, poderá falar ao teu coração, no dia em que assim o desejar, então, saberás o verdadeiro significado desta palavra. E, assim, nos despedimos e viajamos.

UM MILAGRE NA ACAUÃ

Passaram-se apenas alguns dias, e de repente, difunde-se uma estrondosa notícia nos meios familiares e no mundo evangélico que nos rodeia – Deda converteu-se – Jessé Salvador (Deda Salvador) agora é crente!
Como já conhecíamos a história do recalcitrante Paulo de Tarso, e como Deus o chamou, ofuscando a sua visão física e aclarando a visão da sua alma, fazendo-o cair da sua poderosa cavalgadura, chamando-o para o concerto e tratando-o com o Seu inconfundível amor; Sabendo como Deus tratara Moisés – Que nos seus primeiros quarenta anos achava poder tudo, descobriu na segunda etapa da vida que não tinha poder nenhum, até o seu encontro com o SENHOR no deserto de Midiã, e ali ele começou a compreender que qualquer poder que possuísse dependia unicamente do poder e da bênção de Deus em sua vida... A partir daí tudo mudou... Mas, esse milagre, ainda hoje é plausível. Jesus em sua revelação a João, diz: “           Eis que faço novas todas as coisas...” Ap. 21:5. E, sendo Ele Deus, e sendo Deus eterno, e sabendo que... “Estas palavras são fiéis e verdadeiras”. Resta-nos, pois, crer na obra salvívica de Jesus, dado por nós no calvário.
E, aqui, bem distante do gólgota geográfico de Cristo, mas junto ao calvário da graça, acontece um dos mais estupendos milagres, ao ateu, ao descrente, àquele que por setenta e sete anos, tratou com frieza e desprezo, o sacrifício do Mestre, Jesus.

COMO ACONTECEU

Tão distante do caminho de Damasco quanto do Monte Horebe, mas pertíssimo das mãos do Deus Altíssimo. Aqui na Acauã. Numa noite aparentemente normal, o nosso Jessé Salvador, Deda, vai tranqüilo para o seu repouso, certamente achando-se merecedor de um calmo repouso e de sonhos tranqüilos... Mas, ao meio da noite tem um sonho que lhe atravessa o peito, e faz doer as entranhas da alma... E, apavorado, desperta. Anda pela casa sem noção exata do que fazer até que resolve acordar sua Lila, e todos os filhos em casa... No sonho que conta, teve um encontro com o diabo, que teria vindo cobrar a sua ida, anteriormente já marcada (a data já estava acertada). Viu também coisas como labaredas de fogo e gritos agonizantes de pessoas sofrendo pelos dramas dos seus pecados. Ainda em sonho, lembra-se de Jesus Cristo, como se o visse à distância... Tomado de pavor, e agora, acordado, diz para a sua esposa: chame as meninas o Jesus que elas pregam e vivem é verdade, Ele existe... Digam também a todos os que conheço (e aí nominou algumas pessoas)  que eu agora sou crente em Jesus.
A partir daí segue-se um processo de mudança clara, de arrependimento, de pedido de perdão, e quem diria, um franco desprendimento dos bens materiais, que de vontade própria distribuiu ao filhos tudo o que possuía ( ainda possui). Havia uma pessoa contra quem havia desferido um tiro há alguns anos e de imediato o procurou para pedir perdão. Havia aprendido que com o poder de Deus não se brinca e que não há e não haverá poder que se assemelhe ao do SENHOR, o Deus da nossa salvação.

 PUBLICA PROFISSÃO DE FÉ

Alem de fazer questão que todos em sua volta saibam o que Deus fez com a sua vida, Jesse – Deda Salvador, passados cerca de seis meses da sua conversão, neste ultimo dia seis de junho, de 2011, agora aos setenta e oito anos, reuniu na sede da sua fazenda, Acauã, município da Prata, uma legião de amigos, parentes e irmãos na Fe. E, estando presentes diversos pastores da igreja de Cristo Pentecostal, da Missão Evangélica Pentecostal, Igreja Presbiteriana do Brasil (todos oriundos da terrinha, e pastoras da Igreja Nacional, de onde o mesmo se tornou membro, ele recebeu o batismo, fazendo a sua pública profissão de Fé.
Por tudo isto, somos gratos a Deus, e ao seu filho Jesus, Rei dos reis, Senhor dos senhores. Assim repito alegremente a estrofe desta canção que durante a minha vida, tantas vezes repeti: “Aceita oh Deus de amor, a nossa gratidão, pelo cuidado protetor e pelo pão. Oh vem nos saciar do pão dos céus também, a tua graça vem nos dar, por Cristo. Amem!
No amor do Mestre, e na fraternidade do Espírito.

Pr. Jose Salvador Pereira (IPB)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

CRIANÇA...CUIDE BEM DESTE TESOURO!

Houve um homem cuja importância política, a cultura e a sabedoria, estão registradas como inigualáveis. Entre os escritos legados ele aponta para o grande valor da educação infantil, o seu tempo e os seus efeitos, e diz: “Ensina a criança no caminho que deve andar e quando crescer não se desviará dele.” Salomão. Este texto aponta para o ensino e a aprendizagem, para o ouvir e o praticar.
Diante de tantas barbaridades, violências, descasos, abandonos, proliferação da iniqüidade e friezas dolorosas, envolvendo as crianças da nossa geração. E frente ao gigantesco número de casos de desrespeito a vida, a honra e a dignidade humana perpetrados no coração da nossa geração... Esboço alguns questionamentos simples: Como temos usado o que aprendemos das gerações pretéritas, e o que estamos ensinando aos nossos filhos? Para onde caminhamos nós? O que legaremos à geração vindoura?
Asafe ( Sl.78: 1-8) retrata a necessidade da transmissão da Lei, de pai para filhos, de geração a geração...”Para por em Deus a sua confiança...Lembrar dos seus feitos..E para que não sejam como seus pais, geração contumaz e rebelde, que não soube reger o seu coração e que não foi fiel a Deus”
Quem está educando as nossas crianças? E como temos exercido esse magnífico ministério? Deixando-as nas mãos da TV, da Internet, da escola, ou da igreja onde passam o menor tempo da sua vida?
Pais, mães, familiares, professores, pastores, tutores ou, seja qual for a nossa relação com esses pequeninos, somos responsáveis para que o seu presente os prepare condignamente para o futuro que desejamos. “O que plantamos colheremos”
Por vezes nas nossas casas, abrimos a Bíblia, lemos e relemos suas histórias para elas... Mas, na prática da nossa vida, o nosso testemunho contradiz o que ouvimos e falamos. O belíssimo e bem ilustrado sermão do domingo, nem sempre reflete a prática do pregador... E, pensamos que as nossas crianças, por serem ainda muito novas não entendem a diferença entre o dizer e o fazer... E, um dia nos pegamos a perguntar “onde foi que eu errei”? Uma resposta simples surge imediatamente: “Errais não conhecendo as escrituras, nem o poder de Deus”
Gosto de pensar no que Cristo disse quanto ao que ouve e pratica a sua palavra, chama-o de prudente, e ao que edifica na areia classifica-o de imprudente.
A Bíblia ensina  claramente quanto a importância da sabedoria, da prudência e da obediência...Se a nossa geração sofre tanto por não colocar em prática esses elementos do ensinamento divino... Ainda é tempo de mudar: a) É hora de verificar o resultado do aprendizado; b) Corrigir o que os rumos das nossas práticas cristãs; c) Assumir, de fato, as nossas obrigações na transmissão fiel das verdades para a vida; e) Devemos ser exemplos, e dar testemunho da fé que pregamos;
Muitas vezes deixamos que  as crianças decidam, quando aquela decisão deveria ser nossa. Ouvi outro dia uma mãe  dizer para a sua filhinha de três anos, antes de atravessar uma avenida – Aninha pegue na mão do seu pai... Creio que ela deveria ter dito - Prudêncio segure a mão de Aninha.
Seja o nosso mais ardente  desejo ter filhos obedientes, então, sejamos uma geração sábia e ajamos com prudência. Cuidemos dos pequenos e valiosos tesouros dados por Deus, para o futuro da humanidade, com esmero, respeito, dignidade e amor cristão. “Amemo-nos uns aos outros”
Amemos os nossos pequeninos.

Com fraterno apreço. Pr José Salvador Pereira

sexta-feira, 10 de junho de 2011

UM TESOURO CHAMADO FAMÍLIA


   BEM-AVENTURADO aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos.
   A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa.    sl.128 vs.1 e 3

                         Ao expressar o seu poder criador, Deus também deu uma clara  demonstração organizacional das coisas criadas, além de ministrar os primeiros ensinos para a convivência humana. E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele. Gn. 2:18).
O não estar só, certamente implicaria em ter companhia e a partir daí, desenvolver-se-ia a ordem do crescei e multiplicai, ocorreria o povoai a terra. Estava portanto, criada a família. Havendo criado, organizado, cuidado, sustentado, e alimentado, e mesmo depois da contumácia pecaminosa da humanidade, Deus olha  para uma família e a abençoa, E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.  Gn 12:3). Essa bênção nos alcançou e nos transpôs  ao patamar de tesouros inigualáveis. Somos de grande valor, como “ propriedade exclusiva de Deus”
                         Os tesouros obtidos ao longo da nossa jornada terrena,  tão úteis quanto voláteis, tão pomposos quanto efêmeros, vezes parecem estrelas fulgurantes, vezes meras estrelas cadentes... E quando menos se espera, esvaem-se deixando às escuras o que dantes ofuscava mentes vazias e aguçava os corações dos invejosos.
                         Seja qual for a sua posição na relação familiar, pai, mãe ou filho, você recebeu de Deus o maior e mais expressivo tesouro da humanidade, a sua família. E falando nisso, como estamos no contexto?  Somos felizes nela, e com  ela? O salmista, acima, dá-nos lições preciosas que passam pelo temor ao Senhor, e pelo andar nos seus caminhos, e então poder ver em volta da mesa uma família composta, não apenas por uma linda mulher e filhos maravilhosos, pujantes, verdejantes, viçosos, receptores e transmissores de vida. Mas, uma família que independente da idade, do poder econômico, da cor dos cabelos e da fragilidade, é composta por um pai prudente, uma mulher sábia, e por filhos obedientes. Assim, a felicidade aflora em  volta  dessa mesa, não pelo que nela está posto para o alimento físico, mas pelo tesouro que ali se pode reunir, a família – e pelo alimento do dialogo, da paz, do ensino e do aprendizado para a vida.
                     Aprendo nesta palavra que a felicidade proposta consiste em poder manter a comunhão, a harmonia e a paz, apesar das diferenças, das aspirações e dos sonhos de cada um. E esse propósito só poderá ser concretizado se nos colocarmos, sob os auspícios da Graça, no aprendizado e na vivência  prática da Palavra...
Rogo a Deus  que estenda as Suas mãos sobre a sua família. Amém.

 José Salvador Pereira

domingo, 5 de junho de 2011

Manifesto Presbiteriano



Rev. Roberto Brasileiro, Presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana participou do Programa Verdade e Vida, respondendo questões sobre a polêmica Lei da Homofobia, conhecida como PL 122, que traz discussões sérias dentro das Igrejas cristãs reformadas.

No Programa, dirigido pelo Presbítero Daniel Sacramento, Rev. Roberto Brasileiro respondeu a algumas perguntas que refletem a preocupação da comunidade presbiteriana, e esclareceu fatores de importância fundamental na defesa da fé cristã e orientação Bíblica.

Já no início do programa, Rev. Roberto declarou que não há sustentação Bíblica, ou mesmo na história da humanidade, para o casamento homossexual. “Deus quando criou o homem, Ele estabeleceu o homem masculino, a mulher feminina, e determinou que deveriam se unir, se tornar uma só carne e a partir daí a raça humana teria seu desenvolvimento natural. À luz das Escrituras Sagradas, a relação homoafetiva é uma relação pecaminosa, porque ela destrói a própria natureza da pessoa, ela elimina a possibilidade da pessoa exercer a vida dentro do princípio criacional estabelecido por Deus”.

Na questão da PL 122, o Presidente do Supremo Concílio da IPB disse que mesmo respeitando as liberdades de escolha, a Igreja não pode aceitar a institucionalização de um ato pecaminoso. “Se aceitarmos, nós estamos dizendo que é possível vir a abençoar, e isso não é possível. Não podemos aceitar porque contraría o princípio bíblico, um principio criacional e um princípio de formação de família. Então, a igreja ficará sempre diante de uma situação de desobediência completa ao Estado, pois, se o Estado tomar essa decisão, a Igreja dirá ‘nós não podemos acatar uma decisão que determine que haja essa união’, porque nós não podemos abençoar essa união”.

Muitos presbiterianos que acessam os canais de comunicação da IPB têm manifestado sua posição no que diz respeito à PL 122. Para Rev. Roberto Brasileiro, essa atitude deve mesmo permanecer, porque cada cidadão cristão tem o direito de defender, civilizadamente, sua fé e princípios.

“A igreja tem que ter a ousadia de pagar o preço de ser Igreja e de cumprir a sua vida ministerial. A IPB adota como sua posição oficial a não aceitação de casamento homoafetivo. Para nós, nenhuma relação homoafetiva pode ser aceita, é um ato pecaminoso, contrário aos princípios bíblicos e doutrinários de nossa Igreja”, defende Rev. Roberto.

Quando questionado sobre o papel do cidadão neste momento, Rev. Roberto conclama os cristão a cobrar de seus canditatos eleitos, um retorno que responda às expectativas da Igreja. “Eu creio que a Igreja deve orar e deve manifestar a sua vontade aos candidatos eleitos pelo voto dos cristãos, seja esse candidato evangélico ou não. Devemos mandar e-mails e devemos mostrar à sociedade a nossa posição e o porquê dessa nossa linha de ação”.

Para o apresentador Daniel Sacramento, a posição da IPB é muito importante para nortear os presbiterianos para que permaneçam em seus princípios. “Nós não negociamos princípios, não negociamos os princípios da palavra de Deus”, conclui.

Manifesto Presbiteriano


Em abril de 2007, Rev. Roberto Brasileiro escreveu uma carta intitulada Manifesto Presbiteriano, em que defendia os princípios da IPB diante da criminalização da homofobia. No Portal IPB é possível encontrar o texto na íntegra, mas a seguir, o leitor terá acesso aos trecho específicos sobre o assunto.

II – Quanto à chamada LEI DA HOMOFOBIA, que parte do princípio que toda manifestação contrária ao homossexualidade é homofóbica, e caracteriza como crime essas manifestações, a Igreja Presbiteriana do Brasil repudia a caracterização da expressão do ensino bíblico sobre o homossexualidade como sendo homofobia, ao mesmo tempo em que repudia qualquer forma de violência contra o ser humano criado à imagem de Deus, o que inclui homossexuais e quaisquer outros cidadãos.

Visto que: (1) a promulgação da nossa Carta Magna em 1988 já previa direitos e garantias individuais para todos os cidadãos brasileiros; (2) as medidas legais que surgiram visando beneficiar homossexuais, como o reconhecimento da sua união estável, a adoção por homossexuais, o direito patrimonial e a previsão de benefícios por parte do INSS foram tomadas buscando resolver casos concretos sem, contudo, observar o interesse público, o bem comum e a legislação pátria vigente; (3) a liberdade religiosa assegura a todo cidadão brasileiro a exposição de sua fé sem a interferência do Estado, sendo a este vedada a interferência nas formas de culto, na subvenção de quaisquer cultos e ainda na própria opção pela inexistência de fé e culto; (4) a liberdade de expressão, como direito individual e coletivo, corrobora com a mãe das liberdades, a liberdade de consciência, mantendo o Estado eqüidistante das manifestações cúlticas em todas as culturas e expressões religiosas do nosso País; (5) as Escrituras Sagradas, sobre as quais a Igreja Presbiteriana do Brasil firma suas crenças e práticas, ensinam que Deus criou a humanidade com uma diferenciação sexual (homem e mulher) e com propósitos heterossexuais específicos que envolvem o casamento, a unidade sexual e a procriação; e que Jesus Cristo ratificou esse entendimento ao dizer, “. . . desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher” (Marcos 10.6); e que os apóstolos de Cristo entendiam quea prática homossexual era pecaminosa e contrária aos planos originais de Deus (Romanos 1.24-27; 1Coríntios 6:9-11).

Ante ao exposto, por sua doutrina, regra de fé e prática, a Igreja Presbiteriana do Brasil MANIFESTA-SE contra a aprovação da chamada lei da homofobia, por entender que ensinar e pregar contra a prática do homossexualidade não é homofobia, por entender que uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos, ao mesmo tempo em que minimiza, atrofia e falece direitos e princípios já determinados principalmente pela Carta Magna e pela Declaração Universal de Direitos Humanos; e por entender que tal lei interfere diretamente na liberdade e na missão das igrejas de todas orientações de falarem, pregarem e ensinarem sobre a conduta e o comportamento ético de todos, inclusive dos homossexuais.

Portanto, a Igreja Presbiteriana do Brasil não pode abrir mão do seu legítimo direito de expressar-se, em público e em privado, sobre todo e qualquer comportamento humano, no cumprimento de sua missão de anunciar o Evangelho, conclamando a todos ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo.

Patrocínio, Minas Gerais, abril de 2007 AD.
Rev. Roberto Brasileiro
Presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil

sábado, 4 de junho de 2011

SEJAMOS IMBATÍVEIS

Há momentos na vida que passo a passo, contabilizamos, vitórias, poderes e glórias e por instantes, nos levamos a pensar que  somos fortes, donos da palavra, senhores das decisões finais, e que somos, inatingíveis, enclausurados na redoma dos imbatíveis.
Certa jovem, vendedora de livros evangélicos e bíblias, campeã de vendas na sua área, cantava suas vitórias de vendedora imbatível, ela amava o que fazia, e o fazia com garra e tenacidade. Por ocasião em que teve de mudar de cidade, resolveu que aquele seria “O Dia” para marcar a sua  história na calçada da fama... Já ao final do expediente, que à sua visão, fora só sucesso, bateu em uma porta que ao abrir-se apareceu um  homem meio desgrenhado, mas afável, convida-a a entrar, e ala começa o ritual para mais um  embate, e estava convencida da vitória. De repente, nota que o homem senta-se junto dela convidando-a para fazer-lhe companhia, pois, encontrava-se sozinho. Ela notando as intenções dele, tenta sair, mas é impedida, quando constata, também que ele estava com sintomas de embriagues... Nem chegou a falar dos livros que vendia... Sentiu-se perdida e ameaçada, e sozinha, e agora, o que fazer?... Usou a única arma disponível, que podia - a oração e disse silenciosamente: Pai Tu És o meu socorro! Livra-me das garras do mal! Foi quando um vizinho que vira quando ela entrou na casa e sabendo da bebedeira daquele homem, resolveu ir até lá ( aliás, ele resolveu ir ?). Creio serenamente que não! Deus o mandou ir!
Então ao sair, a “imbatível vendedora,” reconheceu que não tinha poderes ilimitados, que não era imbatível como pensava, mas constatou algo muito mais importante: Que ela tinha um Deus que era tudo isso, e muito mais. “Em todas estas coisas, porem, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” Rm.8:37
           É Ele, queridos que nos transforma de seres efêmeros e frágeis, em vencedores imbatíveis... Com Ele, e para a glória da Sua Majestade!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

NADA MAIS NOS RESTA !?!

Como quem visita de modo  despretensioso, um museu, paramos diante de um quadro que nos mostra o mundo, no qual vemos as suas transformações, seus avanços, suas modificações, suas ascensões, suas quedas, as suas mais espetaculares descobertas, assim como as suas mais elementares e dolorosas frustrações e decepções. São tantas as descobertas, tantas novas promessas, tantos sonhos plantados... Mas repentinamente descobrimos que o que vemos não é a fotografia dos outros, é o nosso reflexo, pois, não somos meros espectadores do universo, somos também  seus protagonistas e corresponsáveis pelo que chamamos caos .
      E então tiramos os olhos da pintura, saímos do museu e entramos compenetrados nos cômodos íntimos do nosso interior e pensamos... O que faremos quando o nosso pedaço de chão começa a afundar? Quando a nossa alegria começa a esmaecer? Quando as portas que desejamos ver abertas insistem em permanecer fechadas? Quando as tragédias que ontem pareciam distantes de nós, hoje festejam os nossos aposentos?   Quando o mal ainda à distância já nos atinge... E parece que nada mais nos resta?
      Eh! Aí imaginamos que talvez seja a hora de jogarmos a toalha, de usarmos o único para-quedas disponível e abandonarmos a aeronave ou de simplesmente “deixarmos que o mar pegue fogo”, ou ainda, quem sabe ouvirmos a voz malévola do diabo que oferece uma promoção para uma última viagem, pela qual deixaríamos a vida para entrar na história(dele certamente) ?
     Mas, pensando bem... Ainda nos restam as melhores e mais importantes coisas, as mais significativas maravilhas do universo estão postas pelo Criador à nossa disposição,  que seria impossível enumerá-las,de tal forma que despertamos e redescobrimos que “apesar de nós” o mundo continua maravilhoso, a vida é esplendorosa, a natureza mesmo sofrida,explorada, e saqueada continua a ser um colírio para o olhar e lenitivo para a alma, e a cada a cada manhã traz à nossa memória o expressar das misericórdias de Deus e do Seu amor.
     E assim, em meio aos devaneios próprios da nossa humanidade frágil, descobrimos que ainda nos restam a “fé, a esperança e o amor” (lCo. 13 : 13). Ora como dizer que nada mais nos resta, se o mais importante nós possuímos que é o verdadeiro Amor?  Se nos encontramos em situação de dúvidas e medos, no mínimo usa coisa nos resta ... Olhemos para cima e o Deus da nossa salvação nos ouvirá.

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