terça-feira, 10 de maio de 2011

HARPAS PENDURADAS

Quando refletimos os escritos do Salmo 137, nos deleitamos com um dos mais belos e fascinantes poemas da história bíblica.  Alí, às margens dos rios da Babilônia, o povo se encontrava em circunstâncias de profundas perdas, sabia da sua Jerusalém saqueada, dos seus filhos mortos ou vivendo em cativeiro, que muitas de suas mulheres e filhas foram forçadas e violentadas, e acima de tudo,  via o seu Deus, desrespeitado e a sua adoração comprometida.
Este poema encantador,  retrata um misto de indignação e esperança, de choro e de reconhecimento da existência do Deus de Israel. Era um instante para refletir quanto ao motivo que os levara ao cativeiro. Era o momento que Deus certamente escolhera para trabalhar o coração do seu povo, e reorientar para uma nova trajetória.
Agora, ali estava , em terra estranha, fora do aconchego da sua casa, e longe do seu templo, onde deveria estar para oferecer o seu culto, a sua adoração, e cantar as suas canções... Os cânticos de Sião. Restava-lhe, portanto, o trovejar das  lamentações, o rolar das  lágrimas,  o desconsolo da saudade, e o esboçar de uma indignação tão justa quanto fervorosa pela opressão imposta pelo cativeiro.
Então, os que os havia levado em cativeiro, aqueles que os atormentavam, os inimigos do seu povo e do seu Deus, lhes pediam canções... ”Mas, como cantaremos o cântico do Senhor em terra estranha? ”(v.4)
Creio que não nos cabe ignorar o fato do cativos não haverem cantado e mesmo por terem pendurado as suas harpas. Eram eles que “sentiam na pele” toda a dor decorrente da situação... Uma coisa é saber da história, outra coisa é viver o problema. Mas, o foco deve estar em trazer à memória que apesar das circunstâncias,  Deus acompanha toda a trajetória dos seus filhos.
E quanto a nós, onde estão  as nossas harpas? Porque estão silenciosas? Qual o tipo de cativeiro que está nos impedindo de cantar as canções do Deus de Israel? Como temos encarado os nossos inimigos, e que resposta temos dado a eles, quando nos pedem uma canção?
Comparo aquelas harpas como a representação  da nossa vida. O salmista diz : “Serví ao SENHOR com alegria, e apresentai-vos a Ele com cânticos”(Sl. 100.2). Somos convocados pelo Senhor, seja qual for a situação, na alegria ou na tristeza, para apresentar a nossa vida como verdadeiras canções de esperança e fé. Devemos em todo tempo cantar canções, sejam de lamentos,  de contrição, ou de júbilo, não para alegrar o coração de homens e mulheres... Mas, sempre, sempre, sempre para o louvor  da glória de Deus.
Chegou o tempo  de cantarmos as canções da esperança, da liberdade, e do amor de Deus...Tiremos dos salgueiros as nossas harpas, e cantemos, pois, as canções da maravilhosa Graça do Deus, o SENHOR da nossa salvação. E Deus se agradará dos hinos e canções do coração do verdadeiro adorador.
Tocando as suas harpas e cantando louvores, sejam abençoados e prossigam para o Alvo – Jesus.

 Rev . Jose Salvador Pereira – Pres. Do Presbitério Central da Paraíba


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