domingo, 29 de maio de 2011

A MAGNITUDE DO SERVO

            As lembranças da minha juventude emaranhadas entre as histórias e fatos da época, trazem-me à memória,  de vez em quando, ocorrências que se passavam  envolvendo funcionários das diversas ordens e hierarquias, “chefes”, “diretores”e especialmente, “assessores  de determinadas castas” que  acobertados por um direito sem direito, por uma verdade imaginária, por um pudor despudorado, por uma força fraquejada, por uma autoridade desautorizada, e com base num poder que só se expressava no grito, pelo qual tentavam calar os incautos e sufocar os inocentes...  Foi por essa época que apareceu aquela “autoridade” que para que soubessem quem ela era, dizia: VOCÊ SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO?  E essa frase palmilhou as entranhas das “glórias inglórias” e caminhou século vinte um a dentro... E, até hoje ainda há os que dela necessitam, para que o “mundo” pense que são o que nunca foram e jamais serão! Pois, quem é, não necessita dizer que é.
          É pensando nessas coisas que me vem à mente aquela história que abre o capitulo dezessete do primeiro livro dos Reis. Elias e a seca. Elias se apresenta ao rei Acabe e diz de forma enfática: “Em nome do SENHOR, o Deus vivo de Israel, de quem sou servo...” Era apenas um servo, ele nem chegou logo dizendo – eu sou um Profeta.  Certamente se fora no nosso contesto cultural, aquele tesbita, teria ouvido do rei – você sabe com quem está falando?  Ou quem sabe se aquele homem de Deus teria usado  essa expressão especial, para que o rei o reconhecesse.
Qual é a nossa função no Reino de Deus?
          Esta e muitas outras passagens bíblicas fortalecem a humilde alma dos servos de Deus, além de nos ensinar sobre a importância e a magnitude do significado de servir. Descobrimos o valor de confiar naquele a quem servimos e a importância de fazer exatamente, de acordo com a ordem recebida, pouco importa com quem estejamos falando ou com a dureza do recado a ser passado. Sim, refiro-me ao verdadeiro recado do Deus Altíssimo, e não aos recados de interesses particulares, pois, há homens de Deus, e “homens de deus”.
          Qual é a nossa função no reino de Deus? Qual o tipo de autoridade de que estamos investidos? Estamos entre aquelas que podem, querem e mandam?  Ou entre aqueles que  refletem simplesmente, a grandeza e a magnitude de servos? E se assim estivermos, temos exercido o nosso papel de modo generoso, feliz, e com alegria? Ainda que o mundo não nos reconheça?  Pois é, queridos, uma coisa que muito deve nos animar a servir, é que no nosso encontro final com o SENHOR, não ouviremos as palavras: pastor bom e fiel, presbítero bom e fiel, diácono bom e fiel, jovem bom e fiel, professor bom e fiel, doutor bom e fiel, menina boa e fiel... Ouviremos, sim: SERVO BOM E FIEL! “Fostes fiel no pouco, sobre o muito te colocarei.’’ Aí, reside a grandeza de ser servo do SENHOR, o Deus vivo de Israel.
O SENHOR nos abençoe!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A ORAÇÃO DO LIDER

            SENHOR, dirigimo-nos a Ti, no fixar dos nossos pensamentos, no pronunciar das nossas palavras, e nos atos da nossa vida, e assim expressamos a nossa adoração... E sentimos paz.

Senhor, por haver-nos escolhido, ainda que não mereçamos, e aspergido sobre nós a tua unção, somos-te profundamente  gratos. Ensina-nos, pelo teu Espírito, a fazer uso da AUTORIDADE que nos outorgaste, de modo que pensemos com Tua mente, falemos com a linguagem do Teu coração, e que as nossas ações realizem com simplicidade, os teus SERVIÇOS. Conduze-nos a palmilhar os passos da HUMILDADE, a exemplo do Senhor e Mestre, Jesus.

         Sustenta-nos na caminhada responsável da nossa missão, para que sejamos  exemplos de COMPROMISSO, contigo e com o teu  rebanho que nos deste a cuidar, para que se cumpra em nós a Palavra dita pelo teu filho Pedro: “Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós... de BOA VONTADE”
 (I Pe.5:2.)
         Concede-nos oh Pai, SABEDORIA, para discernirmos e fazermos sempre, a tua vontade,  para compreendermos que a unção que está sobre nós, não visa a nos elevar ao podium como vitoriosos acima dos nossos irmãos, MAS, a  nos promover à honrosa condição de SERVOS.
         SENHOR permite-nos ver em  cada instante, cada fato, cada episódio, cada perda, cada alegria, como espelho, para vislumbrar na nossa finitude, o magnífico esplendor de Tua glória.
         Obrigado Pai, porque nos criaste, escolheste, acolheste-nos no Teu aprisco, e com honras nos chamastes, em AMOR, para  Te SERVIR.
            Recebe a nossa oração e ajuda-nos a cumprir o que aqui rogamos, sob a doçura e terna mão do Teu Espírito. Por Jesus o Teu Filho... Amém

terça-feira, 24 de maio de 2011

A LINGUAGEM DOS SINOS

      Em tempos memoráveis de minha infância, o meu pai, o evangelista Zacarias Salvador, a minha mãe Regina, e eu, fomos morar em Itaporanga, no vale do Piancó, onde dava-se inicio a um trabalho evangélico, sob os auspícios de uma Missão Pentecostal oriunda da Inglaterra, hoje ACEV.  O irmão Zacarias era o dirigente local. Fomos morar na Rua do Rosário cujo marco principal era uma imponente Igreja Católica Romana, cujo sino badalava em todos os momentos que antecediam as práticas religiosas e por ocasião da morte de pessoas, que dependendo da sua importância  batiam por mais ou por menos tempo.
       Um dia, junto a outras personalidades do meu mundo infantil ouvimos badaladas diferentes, tensas, longas e muito mais demoradas do que o normal. Corremos para as proximidades da Igreja e vimos o sino girando sobre si, para nós ele estava dando “canga pé” então descobrimos que o Papa havia morrido... Lembro-me hoje, como eram pomposos os toques e distintas as badaladas... Mais de meio século depois, me questiono:
O que os sinos nos dizem? Como traduzimos os sons do seu bronze, que retinem pelos páramos de gerações e gerações? Às vezes apanho-me desejando pastorear um rebanho em cuja Igreja existisse um campanário e neste um afinado sino, para ouvi-lo tocar não o chamado dos que vão e voltam e não sabem por que o fazem, ou o toque das chamadas dos mortos “importantes”, alertando que os vivos sequer sabem até onde o espaço torna inaudível e ineficaz os sons propagados pelo bronze inerte e frio.
O meu sonho seria de ter no campanário da Igreja um sino que ecoasse o chamado dos perdidos e apontasse o caminho da vida! Um sino cujos sons  alertassem do perigo os incautos, que trouxessem à memória as palavras da vida e expressassem o chamado das ovelhas para o aprisco do Eterno Senhor. Desejaria ouvir os sinos da alegria, da harmonia, da fé e da paz, que me chamassem para um encontro e não para um local, para vida e não para morte, para inicio e não para o fim. O meu sonho seria de ouvir o seu som como sinal definitivo de vinde, à proteção do Bom Pastor e como aceno de portas que se abrem para receber as ovelhas perdidas de Israel.
Desejo ouvir o toque da esperança e não dos desenganos, da alegria e não da tristeza, da paz e não da guerra, almejo afinal, ouvir no toque ao pôr-do-sol, as badaladas de um perene renascer.

Rev. José Salvador Pereira

Igreja Presbiteriana do Brasil

domingo, 22 de maio de 2011

TODO TEMPO É TEMPO DE OUVIR A DEUS .

Ouvir tão somente, não basta, o Segredo está em obedecer...


“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu”

Entre as grandes maravilhas que Deus tem feito na nossa vida, é a de entendermos, que as nossas vitórias não devem se expressar apenas na execução de grandes obras, na visão humana, ou pelos destaques sociais publicistas dos nossos atos, mas em tornar úteis os talentos Dele postos nas nossas mãos, e fazermos a Sua vontade, na simplicidade de servos.
Fazer a vontade de Deus, mesmo quando não compreendemos o porquê dos Seus atos, é crer que seja qual for a situação Ele estará conosco... E Ele sempre está!
No dia 28 de dezembro de 2003, chegamos a IPR, ministramos a palavra e batizamos naquela noite, cerca de 50 pessoas, pois, o então pastor da igreja, Rev. Carlos Alberto, havia sido levado a São Paulo onde seria submetido a uma cirurgia cardíaca. Aqui, passaria os próximos seis meses (pensava eu). A mudança de cidade e de comunidade eclesiástica onde residia e servia a Deus estruturadamente, cercado por boas amizades, construídas nos últimos vinte anos, se fosse decidida como negócio, pareceria temerário, e certamente não faríamos.
Ouvimos a voz de Deus, como dissera a Abraão: “Sai da tua terra e da tua parentela...” Gn. 12.1... E saímos!  Temos a convicção de que fizemos a coisa certa. Naquele momento, nem todos entendemos o que Deus estava fazendo... Mas, as lições foram ficando claras, a cada ato da vontade Dele. Quem ainda não entendeu, entenderá depois...
Ao retornar da cirurgia o Rev. Carlos Alberto, nos convenceu a permanecer aqui, na qualidade de seu auxiliar. Iniciava-se a formação de um colegiado de Pastores, éramos ao todo cinco: Carlos Alberto, Salvador Pereira, Tercio Lyra, Joab Barbosa e Francisco Erivam. Deus investiu em outras áreas para estes, mas quanto a nós, bem o quis que aqui permanecêssemos por sete anos, completos.
Em Gênesis 31.3, lemos: “Disse o SENHOR a Jacó: Torna à terra de teus pais e a tua parentela; e eu serei contigo.” Temos certeza disso. Estamos convictos de que tudo, tudo mesmo, ocorreu no tempo, e do jeito que Deus determinou, tanto a vinda, quanto a volta, tanto as lágrimas, quanto nas alegrias, tanto a perda de amigos quanto o ganho de novas amizades, sem esconder o contentamento de termos sido recebidos pela rainha da Borborema, como se  fossemos seus filhos. E em resposta a essa amável recepção, cultivamos o respeito, o denodo, e o cativar dos nossos pensamentos, falas e  gestos, para expressar a nossa gratidão pelo amor desta cidade, pelo afeto da comunidade eclesial de Campina Grande, e pelas orações de cada irmão que partilha do ministério que Deus nos confiou.
Sempre tivemos convicção da vontade de Deus na utilização da nossa vida. E Ele nos usou ainda que reconheçamos que outros poderiam estar em nosso lugar... Mas, Ele nos escolheu... Não temos dúvidas, apenas agradecemos. Isto nos gerou alegria na vinda, mesmo em meio às dificuldades, assim como nos tranqüilizou e deu paz na saída, pois, cremos que é o tempo de Deus para nós e para o ministério. 

Se fôssemos prestar contas pelas obras que construímos, certamente seriam minúsculas, se as olhássemos com a visão meramente humana. Fizemos o que o SENHOR concedeu-nos fazer. Deixa-nos feliz, o haver contribuído para a plantação das igrejas em Queimadas e Zona Sul, ter mantido a igreja na centralidade de Jesus Cristo, a Palavra como regra de fé e prática, e proclamado a Graça como expressão de Deus para o homem, e por pregar e viver o verdadeiro significado do Soli Deo Gloriae. E se nesses sete anos, permanecemos sem um brilho a encandear o mundo, faz-nos ainda mais felizes, pois, desejamos que uma única e inconfundível luz, brilhasse em todos esses dias: JESUS CRISTO, a quem sejam dadas toda as honras e glórias, por todos os séculos destinados ao universo. 

domingo, 15 de maio de 2011

VER JESUS, COMO JOÃO VIU!

A Bíblia é o escrito mais contagiante, e mais misterioso, e tão simples quanto profundo, que dispomos. Lendo-a constantemente, não nos cansamos, e ainda que a estudemos exaustivamente, somos incapazes de afirmar que sabemos tudo a respeito de Deus, o Pai, de Jesus Cristo, o Filho, e do Espírito Santo, o Consolador... Mas, a cada leitura ou releitura vão caindo sobre nós pequenas gotas da graça, e ainda que pareçam minúsculas, apontam para os cuidados e a preocupação de Deus com os perdidos. Sendo a Bíblia como uma fonte profunda, Deus a faz jorrar, de maneira que todas as pessoas, seja qual for à situação, têm o privilégio de beber dessa inesgotável fonte, através do evangelho, lendo-o, ou ouvindo as suas boas novas. 
Desde muito cedo, fui instruído pelos pastores da minha infância, adolescência e juventude, que compreenderia melhor os mistérios da bíblia, se iniciasse a sua leitura pelo evangelho de João, depois passaria para as outras partes do seu rico conteúdo.  E a cada vez que me debruço sobre os escritos deste evangelho, fico ouvindo e dialogando com Cristo, e relembrando cada descrição, dos aspectos do Seu caráter e da sua inconfundível obra. Charles Thompson, D.D., Ph.D., na Bíblia de estudo exaustivo,( Ed Vida), enumera vinte e uma descrições de Cristo, anotadas neste evangelho,como: “O Filho de Deus; O Filho do Homem; O Mestre divino; O ganhador de almas; O grande médico; O pão da vida; A água da vida; O defensor do fraco; A luz do mundo; O bom pastor; O Príncipe da vida; O Rei; O Servo; O Consolador; A videira verdadeira; O doador do Espírito Santo; O grande intercessor; O sofredor modelo; O Salvador crucificado; O conquistador da morte; e o Restaurador do arrependido”.
Diante de todas essas maravilhas pelas quais Cristo é descrito, e reafirmado por Ele mesmo, e sendo Ele tudo o que sabemos, e muito mais do que podemos descrever, qual a nossa posição frente a tudo isso? Com quais dessas características nos identificamos? De que forma Cristo é descrito na nossa vida?  Como o vemos, em nós?
Cremos que esses aspectos ainda que diferentes, agem como unidade em quem está em Cristo, portanto, deixemos que Ele atue na nossa vida, na plenitude da Sua vontade e por meio de cada um desses aspectos da Sua vida, dada em nosso benefício, como Salvador crucificado. E para um melhor entendimento, façamos uma leitura ou releitura do evangelho de João. Certamente isto fará bem à nossa saúde espiritual. Deus nos abençoe!
Pr. José Salvador Pereira

sábado, 14 de maio de 2011

QUANDO AS FORÇAS FRAQUEJAREM, O QUE FAZER?

Um dos mais belos jardins que conhecemos na nossa recente viagem é o Parque de Vigeland, (32hc) na cidade de Oslo, Noruega. O arquiteto e escultor Gustav Vigelan (l869-l943), esculpiu em pedras, uma incrível diversidade, de 758 figuras (tamanhos naturais) em 214 esculturas.  Todas retratam mensagens do circulo da vida, registrando da beleza da fecundação, indo por cada fase, até aos momentos finais da vida.  
Uma dessas expressões aparece em uma série de árvores que iniciam com um rapaz, no meio, olhando para o futuro e na árvore vizinha uma linda e esperançosa jovem. As árvores seguintes retratam a alegria da gravidez, os festejos do nascimento, o cotidiano de vários filhos, o desenvolvimento da família, os avôs a festejar com os netos, o coroar de sua exuberante posteridade. Nas ultimas árvores daquela série, aparece um idoso, solitário, de olhar disperso e aspecto de incertezas... Mais à frente ele aparece agarrado à árvore, já com o corpo fora, usando todas as forças que ainda lhe restam, tentando sustentar-se para permanecer nela, mas o seu esforço, ainda que parecesse justo era insuficiente... Findava-se aí, o circulo da vida retratado por Vigeland...
        Jesus Cristo, não apenas retrata o circulo da vida de forma esplendorosa, mas gera em nós, em quaisquer fases da vida, uma convicção inconteste de que a vida que Ele é, e nos dá, não termina ao envelhecer do nosso corpo, mas se eterniza na alma de cada escolhido, de cada salvo, de cada um que crendo permanecer até o fim, Nele, e na sua Palavra. Sabemos que as nossas as forças são insuficientes para nos segurar na árvore, e que por mais que tentemos nada podemos fazer para nos manter nela... Assim sendo, CREIAMOS APENAS, e deixemos que o SENHOR da vida nos sustente e nos conduza até o viver eterno, no centro da Arvore da Vida, com Ele, por Ele e para a glória Dele.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

EM TAIS CIRCUNSTÂNCIAS...QUEM SOMOS NÓS?

  O professor da língua portuguesa, um Padre ainda bem jovem, entra calmamente na sala de aula, todos os alunos  ficam de pé pois, era assim que eram recebidos os mestres no inicio  de cada aula, nos ídos do meus dias de ginasial. Tratava-se de um sacerdote de nome ITAN PEREIRA, que naquele dia  começou a aula com uma pergunta: “O que vocês entendem na expressão de  Euclides da Cunha ao dizer – O Sertanejo é Antes de Tudo um Forte? Sinceramente, não tenho hoje a menor idéia do que respondemos ou de quantas respostas foram dadas. Lembro-me bem de que o Padre ITAN, deu um verdadeiro show  de valorização e incentivo à leitura,  da  necessidade  do conhecimento da língua, bem como da  correta interpretação do texto lido.
   Havendo nascido no cariri e me criado no sertão, fui pouco a pouco descobrindo o valor pratico da frase de Euclides da Cunha, e a cada momento eu a tomava em doses cada vez maiores, como o biotônico de cada manhã, para iniciar o novo dia no qual eu teria que vencer circunstâncias e obstáculos que tentassem impedir a minha caminhada para a vitória. E assim ia a cada instante cantando a canção da esperança e da fé... Sou sertanejo, sou forte, tenho fé que vencerei!
    A frase, certamente subiu a minha mente e eu a relembrava sempre. Mesmo nos momentos em que o meu vigor parecia muito mais  tronco de bananeira, de repente,  me tornava forte como o pau-ferro e resistente como uma baraúna nas terras secas do sertão.
    Numa certa ocasião, quando repetia essa  frase, subitamente me transportei para a bíblia, o meu livro de fé e prática, e descobri que a celebre frase do escritor, era um aceno para me lembrar da forma como Deus tratou de proteger alertar e orientar os frágeis de Israel e incentivá-los a crer que podiam, apesar da sua pobreza e fragilidade humana.
    Vi então, quando um casal desobediente, medroso, fragilizado, envolto em culpas, escondia-se entre as árvores de um belíssimo jardim... E quando Deus o procurou, para adotar as providências  quanto ao  cumprimento da Sua palavra , referente ao ato claro de desobediência, cuja sentença final, aponta para a garantia de que ainda que o casal, de fato era culpado, mas um seu descendente esmagaria a cabeça da serpente... Abriam-se as veredas da esperanças para os frágeis.
   Encontrei depois, um casal de idosos, a quem Deus havia prometido que do seu fruto  seria gerada uma grande e poderosa nação, e que seria como a areia do mar, como grãos incontáveis. Ainda que fisicamente envelhecidos, e humanamente fracos, Deus os chamou e pela fé, Sara é a mãe da maior de todas as nações da terra.
    Escutei quando Ele falou a um homem que assumiria a responsabilidade de conquistar as  terras de Canaã, ainda jovem e disse: “Sê forte e corajoso”. Penso que Deus viu alguma fraqueza em Josué e o incentivou a acreditar que poderia, e que pela história que já vivera ao lado do seu ex- comandante Moisés, ele precisava lembrar de que o Seu Deus nunca falharia. Era uma espécie de motivação a crer e prosseguir!
   Vi que no meio de uma família de muitos filhos, garbosos, fortes, guerreiros, da qual Deus mandara o sacerdote escolher um rei, o escolhido foi aquele que se quer havia sido chamado para a reunião da família, pois, estava no campo, pastoreando o rebanho, e era considerado  muito jovem, talvez sem experiência de vida, ou mesmo sem a “aparência de um rei”. Entre nós há também essa visão, da escolha de pessoas pela sua origem ou beleza física ou origem de nascimento... Lembram-se do que disseram com Jesus? “De Nazaré pode vir alguma coisa boa?” E de Belém, também pode? Era Davi sendo ungido rei, pois a escolha não fora pelo porte físico, mas pela própria vontade de Deus (amém)
   Vejo nessa caminhada, que esses a quem Ele faz forte, são descritos, às vezes, como “vermezinhos de Jacó”. Passo a imaginar, um verme nem tem como ser forte... Ainda bem que logo desperto, que a visão não é a minha e sim a de Deus.
   Ora, o sertanejo de Euclides da Cunha, não é de origem estranha e diversa da criação de Deus, ainda que tenha nascido e viva em terras secas e empobrecidas, ele é criatura de Deus, que a tudo fez para a Sua própria glória. E, é em Deus, que somos antes de tudo, fortes. Sejam quais forem as circunstâncias, a nossa fortaleza é o SENHOR.

É TARDE DEMAIS

Há um número infinito de histórias de pessoas que perderam o vôo, chegaram atrasados para a prova, perderam o prazo no processo, viajaram para ver um familiar enfermo e ao chegarem ouviram a célebre frase: É tarde demais! Esta é uma expressão cujo significado aponta para o não ter mais jeito, lembra que cada coisa tem o seu tempo determinado e que tudo deve ser realizado no momento próprio...

Mas, pensando bem, a velocidade em que se desenvolvem a ciência e a tecnologia nos nossos tempos, as facilidades na execução dos nossos projetos, enquanto ao mesmo tempo, multiplicaram-se as nossas obrigações, vamos a cada instante substituindo peças, objetos, máquinas, por outras mais atuais e mais dinâmicas, e entre estas, inopinadamente, colocamos seres vivos, como plantas, animais domésticos e até pessoas. É, pessoas! Pais, irmãos, parentes e entre estes os amigos. 

Caso fizéssemos um balanço visando a atualizar o rol dos nossos parentes e amigos que olvidamos, deixamos ao longo do percurso, que esquecemos à beira do caminho, e quem negamos conhecer, ainda que muitas vezes nos refestelamos à mesa da sua generosidade... Quem sabe se não nos despertaria o desejo de resgatarmos o tempo perdido, e correríamos para o abraço há muito esquecido,  para o beijo um dia negado,  para dizer a frase um dia engolida,  para esboçar o afago um dia sonegado, para dizer está perdoado ou me perdoa!  Para olhar no olho sem óculos escuros, e esboçar o mais lindo e doce sorriso... E gritar eu te amo! Antes que alguém pronuncie a amarga e decepcionante sentença: É tarde demais!

A mim me parece que se assim devemos fazer com os nossos amigos, façamos especialmente com aquele que incondicionalmente nos amou, se entregou por nós, dando a sua vida para resgatar-nos da morte eterna – Jesus!  Que continua de mãos estendidas e de braços abertos e com voz firme a nos convidar para ficar com Ele, permanecer na sua palavra e fazer a sua vontade, enquanto é tempo... ”Há tempo para todo propósito debaixo do céu.” Ec 3.1.

    Lembro-me de um hino que cantávamos muito nas nossas igrejas. O coro diz assim:

MEU AMIGO, HOJE TENS A ESCOLHA
VIDA OU MORTE, QUAL VAIS ACEITAR?
AMANHÃ PODE SER MUITO TARDE,
HOJE CRISTO TE QUER LIBERTAR. N.C

     Aproveitemos o nosso tempo, façamos agora o que devemos fazer, antes que escutemos o veredito final: É tarde demais!

terça-feira, 10 de maio de 2011

O PESO DA CRUZ


 
Durante o ministério terreno de Jesus, a expressão do seu pensamento, por suas falas ou atos, chocou de tal forma o mundo da sua época que Ele tornou-se um nome tão atrativo, seguido, desejado, amado,  quanto criticado, repudiado e rejeitado, até o ponto de ser  perseguido, preso, julgado, e condenado à morte.  Ao tempo que cultivava um seleto grupo de amigos, partícipes da sua vida diária, via florescer um número ainda maior de inimigos de todas as horas.
É um fato que a Sua mensagem enchia de esperanças o mundo que se achava em trevas, como fora dito por intermédio do profeta Isaías, mas o acender dessa luz, ainda que fosse esperada e desejada, especialmente pelo povo de Israel, chocava uns, deslumbrava outros e a muitos simplesmente encandeava, e ofuscava, deixando-os estonteados, aturdidos e obnubilados.
Mas, a mensagem do novo reino, era mais do que  profunda, marcante, contagiante, bela e esperançosa... Ela continha no seu âmago o choque da mudança, do arrependimento, e da transformação. Ela confrontava os valores terrenos e as vaidades humanas com os  poderes que se eternizavam no amor e na graça... E, pasmem, tudo isso passava pela compreensão do verdadeiro significado do crer na mensagem cuja consumação passaria pela cruz... Dor, agonia, sofrimento e morte...Mas, afinal, ressurreição!!!
Como compreender a cruz, apenas na teoria? Ele foi além ao dizer, “Tome a sua cruz e siga-me”.  Ensinou-nos a carregar o peso do crer, vivendo na prática a vida cristã.

Rev . José Salvador Pereira

A CIÊNCIA DE SER MÃE

Ah, saí da tua madre,

De repente, acordei no colo,

E ainda sem jeito,

Comecei a chorar desesperado,

Quando carinhosamente,

Acostaste-me ao teu peito,

E me alimentaste,

Eu ainda não sabia quem  tu eras,

Mas, pouco a pouco descobri quem és.

Tu és  cientista do afeto, do afago e do carinho,

Tu és cientista do falar mansinho e deleitoso,

Tu és cientista da criação sadia,

Tu és cientista no saber doar,

Tu és cientista no anular-te toda,

Para me veres feliz no caminhar,

Tu és cientista da esperança,

Dos beijos mais doces que esta vida tem,

Tu és cientista jovem, madura ou anciã,

Tu és cientista da minha segurança,

Tu és cientista da saúde e da educação, 

Tu és a cientista da paz, da fé e da esperança.

Tu és finalmente mamãe,

A cientista da ciência aprendida de Deus,

Da ciência escondida numa flor,

Da ciência que alimenta corpo e alma,


Com a sabedoria do viver e ensinar,

A bondosa doçura do amor!


A todas as mães  do mundo... Mães dos filhos, mães dos netos e dos bisnetos...

Especialmente à minha Regina,  in memoriam !

A nossa mais, singela e profunda gratidão... PARABÉNS!


 

Campina Grande- Paraíba, Brasil, 06 de maio de 2011

HARPAS PENDURADAS

Quando refletimos os escritos do Salmo 137, nos deleitamos com um dos mais belos e fascinantes poemas da história bíblica.  Alí, às margens dos rios da Babilônia, o povo se encontrava em circunstâncias de profundas perdas, sabia da sua Jerusalém saqueada, dos seus filhos mortos ou vivendo em cativeiro, que muitas de suas mulheres e filhas foram forçadas e violentadas, e acima de tudo,  via o seu Deus, desrespeitado e a sua adoração comprometida.
Este poema encantador,  retrata um misto de indignação e esperança, de choro e de reconhecimento da existência do Deus de Israel. Era um instante para refletir quanto ao motivo que os levara ao cativeiro. Era o momento que Deus certamente escolhera para trabalhar o coração do seu povo, e reorientar para uma nova trajetória.
Agora, ali estava , em terra estranha, fora do aconchego da sua casa, e longe do seu templo, onde deveria estar para oferecer o seu culto, a sua adoração, e cantar as suas canções... Os cânticos de Sião. Restava-lhe, portanto, o trovejar das  lamentações, o rolar das  lágrimas,  o desconsolo da saudade, e o esboçar de uma indignação tão justa quanto fervorosa pela opressão imposta pelo cativeiro.
Então, os que os havia levado em cativeiro, aqueles que os atormentavam, os inimigos do seu povo e do seu Deus, lhes pediam canções... ”Mas, como cantaremos o cântico do Senhor em terra estranha? ”(v.4)
Creio que não nos cabe ignorar o fato do cativos não haverem cantado e mesmo por terem pendurado as suas harpas. Eram eles que “sentiam na pele” toda a dor decorrente da situação... Uma coisa é saber da história, outra coisa é viver o problema. Mas, o foco deve estar em trazer à memória que apesar das circunstâncias,  Deus acompanha toda a trajetória dos seus filhos.
E quanto a nós, onde estão  as nossas harpas? Porque estão silenciosas? Qual o tipo de cativeiro que está nos impedindo de cantar as canções do Deus de Israel? Como temos encarado os nossos inimigos, e que resposta temos dado a eles, quando nos pedem uma canção?
Comparo aquelas harpas como a representação  da nossa vida. O salmista diz : “Serví ao SENHOR com alegria, e apresentai-vos a Ele com cânticos”(Sl. 100.2). Somos convocados pelo Senhor, seja qual for a situação, na alegria ou na tristeza, para apresentar a nossa vida como verdadeiras canções de esperança e fé. Devemos em todo tempo cantar canções, sejam de lamentos,  de contrição, ou de júbilo, não para alegrar o coração de homens e mulheres... Mas, sempre, sempre, sempre para o louvor  da glória de Deus.
Chegou o tempo  de cantarmos as canções da esperança, da liberdade, e do amor de Deus...Tiremos dos salgueiros as nossas harpas, e cantemos, pois, as canções da maravilhosa Graça do Deus, o SENHOR da nossa salvação. E Deus se agradará dos hinos e canções do coração do verdadeiro adorador.
Tocando as suas harpas e cantando louvores, sejam abençoados e prossigam para o Alvo – Jesus.

 Rev . Jose Salvador Pereira – Pres. Do Presbitério Central da Paraíba


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